Grupos Pequenos


GRUPOS PEQUENOS OU GRUPOS FAMILIARES É BÊNÇÃO, UMA VEZ ACOMPANHADO PELO PASTOR!

1.     INTRODUÇÃO

Buscando uma ferramenta eficaz no trabalho de evangelização nas igrejas, os líderes tem se esforçado para dar crescimento não somente numérico, mas, também espiritual para as suas congregações. Nos últimos anos, um dos meios considerados mais eficientes neste propósito têm sido os grupos familiares. Diante dessa realidade procuramos fazer uma breve pesquisa bibliográfica sobre a formação da chamada Igreja Primitiva, do primeiro século d.C., buscando identificar o que ocasionou o início das reuniões dos primeiros grupos pequenos, com uma única intenção: de  compreender os princípios de formação dessa igreja e a relevância dessas reuniões para aquela época, bem como a sua aplicabilidade nos dias atuais. Esperamos, com este trabalho, refletir sobre como foi o seu surgimento, os seus princípios fundamentais, os fundadores, as causas, as perseguições e a relevância dos grupos pequenos para constituição da Igreja Primitiva e sua importância na história do Cristianismo.
Inicialmente vamos analisar os grupos familiares no contexto bíblico, tendo seu início no Velho Testamento a partir de uma necessidade premente: as perseguições locais contra a igreja primitiva. Faremos também uma breve análise do termo "a assembleia na casa de Fulano" encontrado no Novo Testamento, pois se refere às igrejas dos cristãos nas suas próprias casas.
Em segundo lugar analisaremos a importância dos grupos para o desenvolvimento da igreja local. Usaremos como referência a importância que os grupos familiares tiveram no movimento da reforma, especificamente no ministério de John Wesley (1).
E, finalmente, veremos comentários de um pastor que tem se utilizado do método de grupos familiares para evangelização e desenvolvimento da igreja onde pastoreia, relatando a importância dos grupos de comunhão para aquela congregação.

2.      UMA REALIDADE BÍBLICA
São muitos os textos bíblicos no Antigo Testamento que poderíamos relacionar como um grupo pequeno ou grupo de líderes, inspirado pelo conselho de Jetro quando viu Moisés sobrecarregado de tarefas e o povo de Israel sendo mal atendidos. Então Jetro orientou para que dividisse o povo em grupos e que fossem escolhidos líderes para ministrar a estes grupos. Podemos ver em (Êxodo 18:21) quando diz: "Além disto procurarás dentre todo o povo homens de capacidade, tementes a Deus, homens vorazes, que aborreçam a avareza, e os porás sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez". Um conselho inspirado por Deus para uma necessidade urgente.
Mas para analisarmos melhor os grupos familiares de forma mais completa, iremos nos deter no Novo Testamento, precisamente no surgimento da igreja cristã. 
Tudo começa com o próprio Jesus Cristo. Ele coloca Sua grandiosa missão nas mãos de seus discípulos. E, também, dedicou boa parte de Seu tempo e Suas energias aos pequenos grupos de pessoas, de poucos indivíduos; e este princípio foi também absorvido pela igreja em seu surgimento.
Desde os primeiros dias da igreja primitiva os pequenos ajuntamentos eram uma realidade: havia reuniões nos lares. Todas as atividades associadas à comunidade dos redimidos realizava-se nas casas. Partiam o pão juntos, alimentavam-se juntos e louvavam a Deus no culto doméstico (Atos 2: 46,47). Vidas eram transformadas em função destas reuniões, muitas pessoas que não criam eram alcançadas. Os crentes eram estimados por todos. A evangelização era um dos resultados do encontro dos crentes na casa.
Na igreja em Jerusalém, descrita no livro de Atos dos apóstolos, havia cerca de 120 membros (Atos 1:12-15). Em resposta à pregação de Pedro, houve um acréscimo imediato de aproximadamente 3.120 membros (Atos 2:41), e em (Atos 2:47) percebemos que a igreja continuava a crescer. Pedro quando pregou o seu segundo sermão, um número maior, aproximado a 5.000 membros, foi novamente aumentado à igreja (Atos 4:4). E, em conseqüência desse crescimento, assim como de outro fator que podemos considerar determinante, a perseguição aos apóstolos, havia uma necessidade urgente deles se espalharem em outras áreas além da Judéia. Mas este largo crescimento da igreja em Atos apresentava, basicamente, um problema óbvio em termos de ministério.
Quanto às perseguições, podemos dizer que também influenciou no surgimento dos grupos familiares havia uma necessidade que precisava ser suprida urgentemente, o cristianismo no tempo da igreja primitiva era visto como uma seita, um movimento antipolítico, subversivo, e devido este falso conceito que recebeu, leis proibiam as suas reuniões formais nas igrejas. Os cristãos não podiam construir ou reunirem-se em igrejas até o ano 313 d.C. quando Constantino então se converte ao cristianismo.*
Como podemos perceber a perseguição contra os seguidores de Cristo foi terrível e os poderes terrestres arregimentaram-se neste propósito. Fogueiras eram acesas para queimar os cristãos. Estas perseguições, iniciadas sob o governo de Nero, aproximadamente ao tempo do martírio de S. Paulo, continuaram com maior ou menor intensidade durante séculos. Os cristãos eram falsamente acusados dos mais hediondos crimes e tidos como a causa das grandes calamidades – fome, pestes e terremotos, tornando-se eles objeto do ódio e suspeita popular. Uma grande maioria, quando não eram queimados, eram lançados às feras nos anfiteatros. Alguns eram crucificados, outros cobertos com peles de animais e lançados às arenas para serem despedaçados pelos cães. Onde quer que procurassem refúgio, os seguidores de Cristo eram caçados como animais. Eles eram forçados a procurar esconderijos nos lugares desolados e solitários. Sob a mais atroz perseguição, estas testemunhas de Jesus conservavam incontaminada a sua fé. O evangelho continuava a espalhar-se, e o número de seus aderentes a aumentar. Qual era o segredo?
Os cristãos da igreja primitiva como conseqüência destes fatos, e apesar destas perseguições continuavam a se reunirem, só que, em seus próprios lares. Vejamos alguns exemplos de igrejas nos lares, no tempo apostólico, em elas haviam grupos de pessoas, que caiam na graça da comunidade.  A ceia do Senhor foi a uma casa – (Marcos 14:12-16); O Pentecostes foi em uma casa – (Atos 2:1,2); Na casa de Cornélio – (Atos 10:22-30); Na casa de Maria, mãe de João Marcos – (Atos 12:11-16); Na casa de Lídia – (Atos 16:39-40); Outra igreja em Roma – (Atos 28:23, 30, 31); Na casa de Priscila e Áquila, em Roma – (Romanos 16:3-5); Na casa de Gaio – (Romanos 16:23); Na casa de Pricila e Áquila, em Éfeso – (1 Coríntios 16:19); Na casa de Ninfa – (Colossenses 4:15); Na casa de Filemom – (Filemom 1,2).*
Como todos sabem, o próprio apóstolo Paulo tomava parte nestas perseguições à igreja, até que também se converteu e começou a pregar o evangelho, e a ganhar almas. Possivelmente o grande êxito missionário experimentado pela igreja de Antioquia como base missionária do apóstolo Paulo e outros evangelistas, recebeu muita influência nestas reuniões de pequenos grupos que eram feitas nas casas. Praticamente todo o impulso missionário do primeiro século esteve baseado nestas reuniões de grupos de comunhão que eram feitas de casa em casa, particularmente nas casas dos crentes.
Eles realizavam nas casas todas as atividades que nós agora executamos nas igrejas. A ação em familiares próximos permitia e facilitava a comunicação do evangelho de modo eficaz.*
A realidade é que o apostolo Paulo após anunciar as Boas Novas, tinha como meta promover pequenos ajuntamentos com todos os irmãos em suas residências, sua visão de reino era abrangente, alcançando assim as diferentes classes sociais.
Os lugares de reunião dos grupos paulinos, e provavelmente da maioria de outros grupos cristãos primitivos, eram casas particulares. E quatro lugares nas epístolas paulinas as comunidades se reuniam como "a assembléia na casa de Fulano".*
Vamos observar os seguintes textos: 1 Coríntios 16:19; Romanos 16:5; Filipenses 2; Colossenses 4:15.
É assim “assembléia nas casas” no movimento cristão, e seu núcleo era muitas vezes uma casa existente. ...a casa era muito mais ampla do que a família nas sociedades ocidentais modernas, incluindo não só parentes próximos, mas também escravos, libertos, trabalhadores contratados, e algumas vezes, atendentes e parceiros no comércio ou na profissão.*
As epístolas de Paulo revelam ainda que houvesse certa preocupação e interesse pela vida interna destes grupos cristãos. As epístolas também revelam que esses grupos de cristãos gozavam de um grau incomum de intimidade, e de sentido muito forte de coesão interna entre os membros e de distinção tanto em face dos que se achava do lado de fora, quanto diante do mundo.
Há também, alguns aspectos interessantes na igreja primitiva: às reuniões de grupos familiares não eram feitas somente em casas particulares. Havia também, naquela época, reuniões em salões alugados pelos próprios cristãos, mas logo cessando o período de perseguição, os templos eram novamente construídos e igrejas eram novamente reformadas.
Para deixarmos bem claro, estes acontecimentos se deram já nas últimas perseguições, durante o tempo de Diocleciano, e alguns desses templos que ainda existiam quando Constantino subiu ao poder, foram pagos pelas cidades em que estavam. A partir dessa época, 313 d.C., os cristãos gozavam de plena liberdade para edificar templos que começaram a ser erguidos, por toda parte.*
Uma vez que o método de reuniões em grupos pequenos era uma realidade na igreja primitiva, seria interessante analisarmos também as características destes grupos e suas funções.
À luz da Bíblia as funções dos grupos familiares na igreja primitiva, tinham algumas características importantes, eis algumas: ensino e assimilação das doutrinas, comunhão, oração, milagres, adoração, evangelismo, companheirismo, servia também para passar tempo juntos, compartilhar as necessidades individuais, admoestação, confissão mútua, edificação, encorajamento, exortação, cuidados mútuos, exercitar a paciência entre eles, suportando-se uns aos outros em amor; exercitar a gentileza e compaixão, perdoando-se uns aos outros.*
Para fomentar o crescimento do Evangelho Lideres espirituais naqueles dias (reforma), usados pelo Espírito Santo colocou em pratica os pequenos ajuntamentos também explorados pelos apóstolos nos tempos da igreja primitiva.

3.      NECESSIDADES REAIS NO PERIODO DA REFORMA

No período da reforma, encontramos um personagem importante que percebeu neste método bíblico um forte apoio para suprir as necessidades de sua igreja. John Wesley, líder do movimento metodista, viu nos grupos familiares um poderoso método para o desenvolvimento e discipulado dos crentes.
Vale frisar que, como já foi demonstrado anteriormente, o ministério de pequenos grupos não é nenhuma novidade. É parte das atividades da Igreja desde o seu início. Mas, na história cristã relativamente recente, João Wesley usou esse método de aproximação com muito êxito em suas atividades evangelísticas. Depois que Wesley pregava e o interesse dos ouvintes era despertado, ele colocava os que respondiam aos seus apelos, em grupos familiares, sob os cuidados de auxiliares leigos treinados para tratar com suas questões individuais e seus problemas pessoais.
Para Wesley esses grupos tornam-se o lugar onde um indivíduo pode encontrar os ingredientes fundamentais para uma vida cristã bem-sucedida. Wesley treinava cada grupo enquanto ministrava individualmente aos respectivos membros. Os grupos formavam o centro da vida devocional, estudo da Bíblia e oração. Era também a base do cuidado pastoral. Seus membros partilhavam mutuamente suas aflições e angústias; fracassos e vitórias; doenças e esperança de cura; problemas no casamento e de paternidade; a agonia da pobreza, injustiça social e, em alguns lugares, opressão política. Encorajamento e auxílio práticos eram providenciados quando necessários.

O trabalho dos grupos familiares com Wesley não se limitava ao suprimento dos aspectos espirituais, mas também os crentes eram supridos no aspecto moral e social. Ajudavam inclusive na solução do problema de desemprego, providenciando trabalho para algumas pessoas. Dessa forma, além de centro para estudo da Bíblia, oração e serviço cristãos, os grupos também eram centros de reforma moral e social.*
Vamos expor ainda, de forma clara, o aspecto que a atuação dos pequenos grupos pode suprir, em uma comunidade de crentes. Por exemplo:
Problemas espirituais. Nós acreditamos que muitos problemas têm uma raiz espiritual. Em virtude disso, o melhor remédio são o ensinamento e a aplicação dos princípios da Bíblia. Levar o povo a um relacionamento com Jesus e com outros cristãos é nosso objetivo. Trabalhamos para ajudar as pessoas a buscar vitória, sabedoria, paz e alegria em Cristo. Essa é a melhor ajuda que um grupo de comunhão pode providenciar.
Amizade. A discussão realizada em um grupo também pode ser direcionada a uma extensa variedade de problemas encontrados entre as pessoas que assistem às reuniões evangelísticas. São problemas que podem variar entre vícios, desânimo, estresse, ansiedade e solidão. No entanto, o propósito dominante de um grupo familiar deve ser prover amizade, encorajamento e apoio para os indivíduos. Uma genuína demonstração de amizade e solidariedade pode ser uma fonte de fortalecimento para os membros do grupo.
Depressão. Esse é um dos principais problemas da sociedade moderna. Boa parte da população em todos os lugares sofre alguma forma de depressão. E por isso, também, muitos são dependentes de remédios que favorecem uma boa convivência com as circunstâncias que os tornam deprimidos. Entretanto, usualmente, o melhor tratamento para a depressão é a terapia cognitiva, já que a maioria dos casos da doença está relacionada com hábitos negativos de pensamento. O sistema de apoio dos grupos de afinidades pode ser um potencial agente no desenvolvimento de pensamentos positivos como coragem, fé, esperança e alegria.
Doença. Uma área da vida que necessita de especial atenção é a área física. Por isso, deveríamos providenciar um programa de orientação para a saúde, como parte introdutória de uma campanha evangelística, ou se desenvolvendo simultaneamente a ela. Distribuição de literatura e palestras que orientem ao público no uso dos remédios simples da Natureza e adoção de hábitos preventivos de saúde deve fazer parte do programa.
Assistência social. Constantemente Jesus Cristo estava focalizando sobre o ministério aos pobres. Muitas igrejas têm uma equipe responsável pela realização de serviços comunitários que são os diáconos, os presbíteros que atuam dentro das quatro paredes e que podem atuar durante as reuniões.*
Observamos, então, que os grupos familiares estavam diretamente envolvidos também com as questões de relacionamento interpessoal e isso tornava o evangelismo mais atrativo. Neste contexto, uma amizade sólida e significativa foi estabelecida, a ajuda prática é sempre bem recebida; as pessoas desenvolveram um senso de pertinência e lealdade ao grupo e, finalmente, a igreja se fortalece. Tanto a pregação pública como as atividades pessoais dos grupos trabalham juntos para levar os interessados a uma completa entrega da vida a Cristo, e a experimentar um estilo de vida significativo. 

4.      NA IGREJA DE HOJE

Armando Bispo, pastor de uma das maiores igrejas de Fortaleza-CE, com mais de 4.000 membros em sua congregação, com 381 grupos familiares, aponta algumas vantagens de se ter uma igreja que valorize o princípio bíblico de pequenos grupos familiares. Essa experiência é considerada um referencial na área de evangelização no Brasil.
Para o referido Pastor, um dos maiores problemas da sociedade de hoje em dia é a despersonalização dos seres humanos. Com o aumento da população as pessoas tornam-se apenas um rosto a mais na multidão. Muitos livros têm sido escritos acerca das dificuldades que muitos têm em tentar lidar com a despersonalização, na qual se vêem como um número somente. Sentem-se alienados, solitários, sem objetivos.
Este problema entrou em muitas igrejas grandes. Muitas das grandes e dinâmicas igrejas foram construídas sob o ministério forte e pessoal de um ungido homem de Deus, cujo ensino, o ânimo, é muito necessário aos membros de sua congregação. As pessoas têm fome da Palavra de Deus e da segurança de que Deus as considera mais que meros números. Contudo, enquanto ouvem as palavras de encorajamento do púlpito, experimentam na igreja quase que a mesma coisa que na vida secular. São meros espectadores.
Mas em ralação a isto, Armando Bispo vê nos grupos familiares, ou grupos de afinidades, uma oportunidade sem igual para ensinar a cada participante a verdade bíblica, não só teoricamente, mas também na prática.
Os grupos familiares, por outro lado, provêem oportunidade real para pessoas como estas de encontrarem participação significativa na vida de sua igreja. É sabido que nem todos podem ser anciãos ou diáconos em uma grande igreja; não é todo mundo que pode ensinar... Ou dar aconselhamentos. Mas nos grupos há oportunidades para todos participarem, uma vez treinados para tal.
As grandes igrejas estão mudando o foco, vendo que único caminho para continuar seu crescimento é de tornarem-se pequenas partes. Muitas delas, tocante a este respeito, consideram a divisão em grupos a base para a construção de uma igreja sadia. Os grupos familiares provêem um suporte natural para uma igreja que tem a tendência de se tornar opressora e impessoal devido o seu tamanho. Entretanto, pequenos grupos não é uma garantia de crescimento de igreja, principalmente se a igreja não os perceber como um princípio. As melhores igrejas vêem nos pequenos ajuntamentos uma característica de vida.*
A forma mais eficiente de se trancar a porta de saída de uma igreja é o grupo familiar, pois vemos que neste ambiente agradável as pessoas crescem espiritualmente, desenvolvem seus talentos, compartilham das coisas em comum, se identificam como comunidade e estão dispostas a cumprir o “ide” do Senhor. Neste ambiente agradável os pastores se sentem à vontade para proporcionar a cada membro uma atenção merecida.
As vantagens nos grupos, por exemplo: são indefinidamente expansíveis (as casas estão por todos os lados); são ilimitados geograficamente (você pode ministrar em uma área maior); facilitam o relacionamento e a intimidade (sua ausência é notada). O grupo familiar é um importante campo para o treinamento dos membros, que podem desenvolver seus talentos fora da igreja, concede oportunidade para que cada crente encontre espaço para exercitar sua capacidade como líder. Percebemos que este método tem características evangelísticas, o objetivo é a pregação do evangelho, não só para os de fora, mais também para os de dentro da igreja.*
Veja esta declaração: Ensinando para transformar vidas. Onde quer que estejas terás uma oportunidade de assim o fazer, sentai-vos com alguma família, e deixai que vos façam perguntas. Respondei-lhes então pacientemente, humildemente. Continue esta obra juntamente com vossos esforços em público. Pregai menos, e educai mais, mediante estudos bíblicos, e orações feitas nas famílias e pequenos grupos de comunhão.
Cristo ia ao encontro das pessoas onde elas estavam, e expunha perante elas as grandes verdades relacionadas com ao Seu reino. Ao ir de lugar em lugar, abençoava e confortava os sofredores e curava os enfermos. Este é nosso trabalho como cristãos. Pequenos grupos devem sair para fazer a obra que Cristo indicou aos Seus discípulos. Enquanto trabalhavam como evangelistas podem eles visitar os doentes, orar com eles e, se necessário, tratar deles, não somente com o alimento espiritual, mas também com medicamentos, e alimentos físicos.* 
Os discípulos, refletindo o método de Cristo, fizeram uso do método de grupos familiares para ensinar as Escrituras Sagradas aos não crentes. Eles sabiam que este método era eficaz.
Ao tempo designado, cerca de quinhentos crentes estavam reunidos em grupos na encosta da montanha, ansiosos por saber tudo quanto fosse possível colher dos que tinham visto Jesus depois da ressurreição. Os discípulos passavam de grupo em grupo, dizendo tudo quanto haviam visto e ouvido do Salvador, e raciocinando sobre as Escrituras, como Ele fizera com eles.*
Quando as grandes multidões se aproximavam em torno do Salvador, Ele costumava dar instruções aos discípulos, misturavam-se com o povo, repetindo-lhes o que Cristo dissera. Muitas vezes os ouvintes haviam aplicado mal as palavras de Cristo, e os discípulos lhes diziam o que declaravam as Escrituras, e o que Cristo havia ensinado que elas diziam.

5.      GRUPOS FAMILIARES NA IGREJA PRIMITIVA

A igreja em Jerusalém deveria servir como modelo para as demais igrejas em todos os outros lugares e nações, em que homens e mulheres de Deus conhecedores da verdade pregassem o evangelho... Mais tarde, na história da igreja primitiva, quando nas várias partes do mundo muitos grupos de crentes se constituíram como igrejas, estas foram mais aperfeiçoadas, de modo que a ordem e a ação harmoniosa se pudessem manter. Todo membro era exortado à bem desempenhar sua parte. Cada qual devia fazer sábio uso dos talentos a ele confiados.
O apóstolo Paulo sentia-se responsável em grande medida pelo bem-estar espiritual dos que se convertiam por seus labores. Seu desejo era que crescessem no conhecimento do único verdadeiro Deus, e de Jesus Cristo, a quem Ele enviou. Em seu ministério, reunia-se ele com grupos familiares de homens e mulheres que amavam a Jesus, inclinando-se com eles em oração, pedindo a Deus para lhes ensinar como se mantiver em íntima comunhão com Ele.*
Sem dúvida alguma, o Espírito Santo dá sabedoria aos Pastores de cada igreja para liderar seus membros visando o crescimento espiritual de cada líder de grupos de comunhão, sendo a submissão ao seu pastor de importância fundamental para o desenvolvimento da igreja de Deus nestes últimos dias, pois promove o evangelismo pessoal, o crescimento da igreja, a unidade entre os crentes, como também é um excelente método para o estudo da Bíblia.
6.      CONCLUSÃO

O nosso estudo teve como objetivo principal demonstrar a importância dos grupos familiares para a igreja local hoje, utilizando como referência para isto, a Bíblia e alguns fatos históricos.
Analisamos os pequenos grupos na igreja primitiva, e seu surgimento como fruto de algumas necessidades urgentes, entre estas a perseguição aos cristãos, e que mesmo em meio a estas perseguições, a igreja cresceu fortemente, em parte graças a este método divino. Ressaltamos a importância da "assembléia na casa de Fulano" que se refere justamente aos grupos de cristãos bíblicos que se reuniam em suas próprias casas.
Vimos à importância deste método no movimento de reforma, especificamente no trabalho pastoral de John Wesley, em que ele usava esta estratégia para suprir as necessidades dos crentes, não só no aspecto espiritual, mas também, no aspecto social.
Por último, vimos que os aspectos estudados apresentam-se como uma forma inspiradora de evangelização, revelando que este método era o método usado pelos discípulos, pelo apóstolo Paulo, como também, pelo próprio Jesus Cristo para o crescimento da igreja.
Portanto, podemos concluir que este método foi tão eficaz que chegou até nós, e os cristãos contemporâneos, possuem então, a incumbência de transmiti-los para as gerações seguintes. Durante séculos de perseguição e martírio de homens, mulheres e crianças na história eclesiástica, a igreja sempre se manteve viva. Sempre houve um remanescente fiel. Aqueles que nunca corromperam seu chamado de ser igreja. Por suas características, a Igreja dos Grupos Familiares, é aquela que sempre está preparada para dois grandes eventos em suas vidas: uma grande colheita de almas e uma iminente perseguição.

7.      REFERÊNCIAS

- Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição 1998.
- CAIRNS, Earle E.. O cristianismo através dos séculos: uma história da igreja cristã. São Paulo: Vida Nova, 1995.
- COLEMAN, Robert E. Plano Mestre de Evangelismo Pessoal. Tradução de Paulo Ferreira. 1ª ed. 2001. CPAD. Rio de Janeiro.
- SILVA, Eliaquim Leitão da; VASCONCELOS, Héliton Wagner Mendonça de; OLIVEIRA, Joaquina Maria de. Pequenos grupos na formação da igreja: historicidade e contextualização. Disponível em <http://www.webartigos.com/articles/55269/1/IGREJA-PRIMITIVA-E-OS-PEQUENOS-GRUPOS/pagina1.html#ixzz1R6RbQn8d>. Acessado em 29/06/2011.
*Textos retirados das referências.
(1) John Wesley (Epworth, Inglaterra, 17 de junho de 1703Londres, 2 de março de 1791) foi um clérigo anglicano e teólogo cristão britânico, líder precursor do movimento metodista e, ao lado de William Booth, um dos dois maiores avivacionistas da Grã-Bretanha.