Hermenêutica a arte de interpretar a Bíblia


Trabalhe partindo do pressuposto de que a Bíblia tem autoridade
A Bíblia é seu intérprete a Escritura explica melhor a Escritura
A fé salvadora e o espírito santo são-nos necessários para compreendermos e interpretarmos bem as escrituras
Interprete a experiência pessoal à luz das Escrituras, e não escrituras à luz da experiência pessoal
O propósito da Bíblia é mudar as nossas vidas e não aumentar os nossos conhecimentos
Cada cristão tem o direito e a responsabilidade de investigar e interpretar pessoalmente a Palavra de Deus

Histórico-cultural e contextual
Léxico-sintática ou gramatical
Teológica
Métodos literários especiais

Para fazer analise histórico-cultural e contextual é preciso considerar três perguntas básicas:
Qual o ambiente histórico geral em que o escritor fala?
Qual o contexto histórico-cultural específico e finalidade de seu livro?
Qual o contexto imediato da passagem em consideração? (Toda passagem deve ser compreendida a luz de seu contexto).

Quem foi o autor?
Qual seu ambiente e sua experiência?
Para quem estava ele escrevendo (crentes, incrédulos, apóstatas, crentes que corriam o risco da apostasia)?
Qual a finalidade (intenção) do autor ao escrever este livro?

Descubra a perspectiva do autor:
NUMENOLÓGICA ( perspectiva divina)
FENOMENOLÓGICA (perspectiva humana)
Descubra o tipo de verdade que se encontra na passagem:
DESCRITIVA  (histórias, eventos etc.)
PRESCRITIVA (doutrina, normas etc.)

Considerações iniciais:
Distinguir quando a palavra deve ser entendida literal ou figurada. Ex. Mateus 16.5-12. CONOTATIVA OU DENOTATIVA
As palavras podem assumir significados diferentes em contextos distintos, mas na passagem tem apenas um sentido.
O contexto é que vai determinar o significado específico.

Prosa – (o Aurélio define prosa como: o modo natural de falar ou escrever, por oposição a verso) a maior parte das palavras é literal.
Poesia – (o Aurélio define como: Arte de criar imagens, de sugerir emoções por meio de uma linguagem em que se combinam sons, ritmos e significados). A maior parte das palavras é figurada
Literatura apocalíptica – simbólica (às vezes literal
Doutrinária
Padrão das Escrituras

Entender a passagem antes de extrair conclusões
Reunir tudo que a Escritura diz sobre um assunto para poder considerá-lo doutrinário.
ANÁLISE DOS MÉTODOS LITERÁRIOS ESPECIAS
Figuras de linguagem
Passos para a interpretação das parábolas:
Identifique o contexto no qual se origina a parábola.
Quando possível divida a parábola em três partes: introdução (contexto ou explicação inicial), apresentação e aplicação
Verifique e compare a parábola com outro evangelho sinótico
Determine a principal intenção (ponto central) da parábola.
Ao explicar o texto, use somente às partes fundamentais da parábola (Não dê atenção aos por menores, ex. a parábola do semeador, Lucas 8.4-15).

Considerações importantes sobre as alegorias:
Sempre acompanhada do verbo “ser”, ex. “Eu sou a videira verdadeira”
Todas as figuras tem significado em quanto que a parábola não.
Nunca force um texto para a exposição alegórica. Uma coisa é alegoria em uma passagem outra é alegorização de uma passagem.
Fatos históricos se tornam símbolos de verdade espirituais somente se assim as escrituras o permitirem (isto serve tanto para a alegoria como para a tipologia). Ex. Gálatas 4.21-24.

Considerações para interpretação dos símbolos:
Os símbolos podem ou não terem semelhança com aquilo que ele está representando. Ex. a espada que representa a palavra de Cristo (ou seja, a forma como Cristo luta que é com sua palavra) em apocalipse 1.16.
Baseiam-se em objetos reais ou imaginários. Ex. uma fera com sete chifres em apocalipse 17.3.
O símbolo às vezes é difícil de ser interpretado. O contexto em alguns casos nos dá a interpretação (remoto – Apocalipse símbolos do VT, ou imediato), em outros casos isso não é evidenciado.
O símbolo e sua representação também devem se submeter a seu contexto. Ex. A figura do leão pode ser associada a Satanás 1 Pedro 5.8 ou a Cristo Apocalipse 5.5.
Parece que alguns números designam simbologia, contudo faz-se necessário ter cautela ao interpretar os números, pois nem todos os números são simbólicos. Geralmente são simbólicos: 7,12 e 40.
Às vezes alguns nomes de personagens são simbólicos também, ex. Eva: a mãe de todos os seres humanos, Gêneses 3.20; Abrão e Abraão: pai de muitos povos, Gêneses 17.5.
Às vezes as cores também representavam símbolos, ex. púrpura representava realeza, Juízes 8.26, Esdras 1.6; branco representava pureza Isaias 1.18 etc. Contudo essa simbologia deve ficar limitada ao que a escritura diz, sem conclusões precipitadas. Lembre-se qua a Escritura explica a Escritura.


Antropomorfismo – consiste em atribuir a Deus qualidades ou ações humanas, ex. os dedos de Deus (salmo 8.3), seus ouvidos (31.2) e a seus olhos (2 Coríntios 16.9) etc.
Antropopatismo – consiste em atribuir emoções humanas a Deus, ex. Deus se arrependeu, Gêneses 6.6.
Zoomorfismo – consiste em atribuir a Deus características de animais. Ex. salmo 91.4 etc.
ANÁLISE DOS MÉTODOS LITERÁRIOS ESPECIAS
Gêneros Literários Específicos
Observações para interpretação dos provérbios:
Às vezes o provérbio está baseado em fatos e costumes que se perderam ao longo do tempo, é preciso buscar o contexto cultural que possa fornecer a origem do costume para entender o provérbio. Ex. Pv31.10-31.
Entendendo que os provérbios podem ser símiles, metáforas, parábolas ou alegorias, faz-se necessário determinar o gênero literário do texto. Ex. provérbios 1.20.23, eclesiastes 9.13-18.
Sempre que possível estude o provérbio dentro do seu contexto. É óbvio que em alguns casos isto não é possível.


Passos para interpretação da poesia:
A poesia hebraica é diferente da poesia ocidental. Esta é normalmente métrica e constituída de rima, enquanto que a poesia hebraica é constituída de paralelismo (três tipos de paralelismo: sintético: a segunda estrofe completa a primeira, Antitético: a segunda estrofe se contrapõe a primeira, sinonímico:  a segunda estrofe repete  a primeira com palavras sinônimas).
Sempre que possível estude a poesia dentro de seu contexto histórico.
Analise as palavras sabendo discernir quando são figuradas ou literais. No caso da poesia a maior parte geralmente é figurada.
Saiba identificar dentro da literatura poética a literatura sapiencial: Jó, Provérbios e eclesiastes. São os chamados livros de sabedoria. Segue as mesmas regras de interpretação. 
Não devemos construir doutrina nos salmos, pois são cânticos, é o homem falando com Deus e não o contrário.

O tipo é a predição e seu cumprimento é o antítipo.
Os tipos devem ter sempre algo em semelhança ao seu antítipo.
Os tipos apontam para o futuro.
O tipo é sempre inferior ao antítipo
O tipo do VT só deve ser identificado conforme a menção do antítipo no NT. Somente os autores bíblicos revelados e inspirados pelo Espírito tiveram autoridade de identificar o que é tipológico (embora haja quem discorde dessa posição).

Passos para interpretação da profecia:
Interprete as palavras dos profetas no seu sentido comum literal e histórico. Isto é, faça uso das análises histórica e gramatical (e dos métodos literários especiais, se for o caso).
Somente abra mão disso quando a o contexto ou a maneira como se cumpriram indiquem que tem sentido simbólico. Ex. Elias e João Batista em Malaquias 4.5-6 e Mateus 11.13-14.   Entretanto este caso é a exceção e não a regra.
Muitas vezes a profecia se cumpre parcialmente numa geração e o restante se cumpre em outra, é o que Payne chama de “contração profética”.  O cumprimento da primeira etapa é uma garantia para o cumprimento da segunda.  Ex. Joel 2.28-32 e Atos 2.15-21.

ESTE FOI MINISTRADO E ELABORADO PELA MISSIONÁRIA GILMARA - Coordenadora do Seminário do Betel Lago Norte - Brasília-DF